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domingo, 11 de agosto de 2013

"Eu tomo muito esporro do meu avô", diz Guilherme Boury, o Junior de Chiquititas



Chiquititas é, literalmente, uma novela familiar. Além de sua autora ser Íris Abravanel, mulher do dono do SBT, Silvio Santos, o protagonista Guilherme Boury é neto do diretor-geral da trama, Reynaldo Boury. O parentesco, entretanto, não livra o ator de enfrentar as broncas do avô nas gravações. Conhecido por seu estilo linha-dura, Reynaldo tem 50 anos de televisão e dirigiu produções como Selva de pedra (1972), Sinhá Moça (1986) e Tieta (1989). “O vô é uma figura, né?”, diz o intérprete de Júnior.

Guilherme afirma que o laço sanguíneo não o faz ser tratado de forma diferente pelo diretor. “Eu tomo muito esporro. Não é por ser seu neto que ele alivia. Mas, graças a Deus, não dou motivo. Chego sempre ao estúdio com o texto decorado”, garante.

E engana-se quem pensa que o ator chegou ao elenco de Chiquititas pelas mãos do avô. Quem bateu o pé para tê-lo como protagonista foi a autora, que conhecia seus trabalhos anteriores na Rede Globo e Record. A escolha, a princípio, não agradou nadinha a Reynaldo. “Ele achava que eu aparentava ser muito novo para o personagem”, confessa o ator, que completará 30 anos em outubro.

Chiquititas não é a primeira experiência de Guilherme como protagonista. Após estrear na novela Prova de amor (2005), na Record, ele foi escalado para ser um dos personagens principais da atração teen Alta estação (2006). Na mesma emissora, participou ainda de Amor & intrigas (2008) e Poder paralelo (2009). Em 2011, mudou-se para a Globo, onde fez uma participação na série Divã e, em seguida, integrou o elenco de Fina estampa. Atualmente no SBT, o jovem enfrenta dois grandes desafios: cantar e dançar em clipes musicais e agradar ao público infantil.

Como você chegou ao elenco de Chiquititas?
A Márcia Ítalo (produtora de elenco) me ligou para perguntar como estava a minha vida na Rede Globo. Eu disse que tinha acabado de fazer a novela Fina estampa e estava sem contrato. Aí, ela me chamou para um teste. A princípio meu avô não queria.

Por quê?

Ele achava que eu aparentava ser muito novo para o personagem. O Júnior tem entre 27 e 28 anos. Na opinião dele, eu não conseguiria “imprimir” o Júnior. Foi a Íris (Abravanel, autora da novela) que me quis e bateu o pé. Ela gostou do meu trabalho e acho que já tinha assistido a muita coisa que eu havia feito. Depois disso, o meu vô comprou a ideia.

E como é trabalhar com ele?

O vô é uma figura, né? Eu o conheço há 29 anos e, agora, estou tendo a oportunidade de trabalhar com esse mestre da televisão brasileira, com mais de 50 anos de estrada. Eu só tenho é que absorver e aprender.

O Reynaldo Boury é conhecido por ser um diretor rigoroso. Você leva bronca também?
Eu tomo muito esporro. Não é por eu ser neto que ele alivia. É esporro. Mas, graças a Deus, não dou motivo. Chego sempre ao estúdio com o texto decorado. Sei o que tenho que fazer e como fazer, mas está sendo engraçado trabalhar com meu avô, viu? Porque a intimidade quebra a autoridade.

Além de atuar, seu personagem tem cenas de canto e dança na novela. Como está sendo essa parte?

É um desafio e todo ator é movido por desafios. Eu nunca havia feito nada parecido. Em Alta estação, eu era um dos protagonistas e a gente gravava bastante, mas nada comparado a Chiquititas. É aula de canto, aula de dança, fonoaudióloga para limpar o sotaque e tirar o “s” (que costuma ser puxado no sotaque carioca). Quando não estou gravando, estou estudando. Está sendo uma experiência bastante produtiva para mim.

É sua primeira parceria com a Manuela do Monte, que interpreta seu par romântico?

Sim, e está sendo incrível. Ela é uma grande atriz e é muito generosa. Troca uma bola incrível comigo. Passamos o texto juntos antes de gravar e damos dicas um para o outro. Estamos nos dando muito bem.

Você chegou a acompanhar a primeira versão de Chiquititas?
Não. Lógico que eu já tinha escutado falar da novela, mas não vi nada na ocasião. Vi alguns capítulos pela internet.

E como está sendo o assédio das crianças?
Criança é uma coisa incrível. Elas têm uma espontaneidade para chegar até você. Gritam “Júniooor”. Coisa que nenhum outro público faz.

Você se mudou para São Paulo por conta deste trabalho?

Sim, estou morando em São Paulo pela primeira vez, depois de 28 anos no Rio de Janeiro. Na verdade, nasci em São Paulo e fui para o Rio com alguns meses. Estou adorando voltar às raízes.

E o que faz na cidade para se divertir?
Estou sem tempo por conta das gravações, mas, quando não estou no estúdio, vou ver um filme ou vou ao teatro para rever os amigos. O Paulo Gustavo (humorista) esteve por aqui com uma peça e eu fui vê-lo. Às vezes, também saio com os amigos para tomar uma cerveja.

Como você avalia sua passagem pela Rede Globo e pela Record?

Nesta vida a gente nasce não sabendo de nada: tudo é aprendizado. Eu fiquei cinco anos na Record, fiz quatro novelas, conheci pessoas incríveis e trabalhei com gente talentosíssima. E, na Rede Globo, tive oportunidade de contracenar com atores como a Lília Cabral, que é incrível.

E qual o segredo da carreira de ator?
O trabalho do ator é estudar bastante em casa e vir para o estúdio se divertir.

Após gravar com as crianças do elenco de Chiquititas, não deu vontade de ser pai?

Não! Ao contrário, vou esperar uns 10 anos para ter filhos (risos). Estou brincando. As crianças são talentosíssimas e superespontâneas. A gente aprende muito com elas. Já trabalhei com muito adulto que deu mais trabalho.

Fonte: Jornal Estado de Minas e
http://webchiquititasblog.blogspot.com.br/

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